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quinta-feira, 8 de outubro de 2009

E agora, José? - Reforma Ortográfica


Admiro e acompanho matérias do professor Pasquale Cipro Neto, e notei que até mesmo um expert ainda se intriga com o tal Acordo Ortográfico.
Pasquale chega a afirmar num artigo para o jornal Diário do Grande ABC: “Ainda há muitas nuvens escuras nesse céu."
Constam do novo Acordo as seguintes mudanças: Alfabeto, Grafia (Portugal), Trema e Acentuação (essa dividida em 5 categorias) e Hífen.

Abaixo veremos quais foram as mudanças:
- Alfabeto:

Inclusão de três letras. Passa a ter 26 letras, ao incorporar as letras “k“, “w” e “y“.
- Grafia (Portugal)

Alterações limitadas a Portugal. Desaparecem o c e o p de palavras em que essas letras não são pronunciadas:

acção = ação
acto = ato
- Trema:Extinção do trema, que desaparece em todas as palavras:

freqüente = frequente
lingüiça = linguiça

- Acentuação 1

Acentuação dos ditongos das palavras paroxítonas. Some o acento dos ditongos (quando há duas vogais na mesma sílaba) abertos éi e ói das palavras paroxítonas (as que têm a penúltima sílaba mais forte):

idéia = ideia
bóia = boia

- Acentuação 2

Acento circunflexo em letras dobradas. Desaparece o acento circunflexo das palavras terminadas em êem e ôo (ou ôos):

crêem = creem
enjôo = Enjoo

- Acentuação 3

Acento agudo de algumas palavras paroxítonas. Some o acento no i e no u fortes depois de ditongos (junção de duas vogais), em palavras paroxítonas:

baiúca = baiuca
bocaiúva = bocaiuva

- Acentuação 4

Acento diferencial. Some o acento diferencial (aquele utilizado para distinguir timbres vocálicos):

pêlo = pelo
pólo = polo

- Acentuação 5

Acento agudo no u forte. Desaparece o acento agudo no u forte nos grupos gue, gui, que, qui, de verbos como averiguar, apaziguar, arguir, redarguir, enxaguar:

averigúe = averigue
apazigúe = apazigue

Hífen

Eliminação do hífen em alguns casos. O hífen não será mais utilizado nos seguintes casos:

1. Quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com uma vogal diferente:
extra-escolar extraescolar aero-espacial aeroespacial

2. Quando o segundo elemento começa com s ou r, devendo estas consoantes serem duplicadas:
anti-religioso antirreligioso anti-semita antissemita


ATENÇÃO! O hífen será mantido quando o prefixo terminar em r
Exemplos:

hiper-requintado
inter-resistente

Mas a principal alteração imposta pelo acordo é o uso do hífen.
Segundo Pasquale, hoje existem diversas interpretações que se fizeram de certos pontos do Acordo. Um deles diz respeito ao prefixo "re-", que em nenhum momento recebe tratamento especial do texto oficial do Acordo. “O resultado disso é que muita gente fez interpretação literal do texto e concluiu que devem ser grafadas com hífen palavras como estas: "re-edição", "re-educar", "re-eleger", "re-embolsar", "re-elaborar", "re-escrever" etc. Outros entenderam que, embora fiéis ao texto oficial do Acordo, essas grafias ferem a tradição etc. e, por isso, resolveram "burlar" o texto oficial e grafá-las sem hífen, ou seja, como são grafadas há muito tempo.”

Ao invés de Acordo Ortográfico, existe na verdade um desacordo entre dicionários. Como exemplo, o dicionário Universal que é editado pela respeitável "Texto" (cuja matriz é portuguesa), dá com hífen todos os casos de palavras em que o "re-" é agregado a vocábulos que começam por "e". A versão "míni" do Houaiss dá tudo isso sem hífen. Já o o do Dicionário Escolar da Língua Portuguesa, da Academia Brasileira de Letras é o que deixa o maior ponto de interrogação: “Existe nele uma contradição entre o que se lê nas páginas introdutórias e o que se encontra no próprio dicionário. Nas páginas introdutórias, informa-se, por exemplo, que o prefixo "re-" se aglutina (ou seja, une-se sem hífen) mesmo quando se agrega a palavras que começam por "e" ou "o". Deduz-se disso que não há hífen, por exemplo, em "reeducar", "reeleger" e casos afins, mas, quando se procuram essas palavras no corpo do dicionário, nota-se que elas aparecem... Com hífen!”-Admira-se Pasquale.


E agora, José? Como fica quem comprou a primeira edição? Fica como talvez ficará quem comprar a segunda: com muitas dúvidas, que talvez só sejam sanadas quando finalmente a Academia publicar o Vocabulário Ortográfico, prometido para o fim do mês que vem.
Me pergunto: por que tanta pressa em fazer vigorar esse acordo? Por que não seguir todos os passos, até a elaboração e a publicação do Vocabulário Ortográfico (em conjunto com Portugal, como prevê o texto oficial do Acordo), para só então pôr em vigor essa verdadeira colcha de retalhos? Assim seria bem melhor...



Sem crise...


Fonte: Reforma Ortográfica

2 comentários:

  1. oi, Mônica, tudo certinho?

    estou aqui retribuindo a visita.
    temos alguma coisa em comum: você trabalha na área de estética e eu em uma empresa de cosméticos voltada para profissionais de estética capilar, facial e corporal. o bacana disso tudo é que preferimos as letras à determinadas futilidades do mundo da beleza. como já estou nesse ramo faz mais de 15 anos não aguento mais tanta peruagem e viadagem, mas tenho que seguir adiante... rs rs rs rs...

    super beijão em você. vou seguir seu blog. me surpreenda!

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  2. Olá, Rubens!!

    Coincidência mesmo!
    Embora estética seja uma área bem abrangente, realmente não é minha verdadeira paixão.
    ainda gosto de estar antenada em relação à saúde e bem-estar, acho que isso faz parte da vida de todos, independente da área.
    Tenho muito a aprender em Letras, mas por ser meu verdadeiro interesse tenho certeza que vou surpreender a mim mesma...rs

    Obrigada pela visita!!

    Mônica

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