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terça-feira, 31 de maio de 2011

O tesouro - Eça de Queirós - Resumo, Simbologia, Realismo em Portugal


Trabalho acadêmico referente à obra "O Tesouro" - Eça de Queirós




Resumo

            A narrativa “O tesouro” descreve a história de três irmãos de Medranhos: Rui, Guanes e Rostabal, que viviam em plena miséria a ponto de, em noites de frio intenso e nevasca, pernoitarem no estábulo que abrigava suas três éguas, já que a velha choupana em que habitavam era descoberta de telhas e vidros.
            Em certa manhã de domingo, enquanto procuravam pegadas de caça, encontraram em Roquelanes um velho cofre de ferro, com três fechaduras e três chaves. Ao mesmo tempo em que abriram o cofre e mergulharam no ouro, a desconfiança tomou conta dos três, que imediatamente levaram as mãos ao cabo de suas espadas. Rui, descrito como sendo aparentemente o líder dos três, argumenta que o tesouro vinha de Deus, e que deveria ser dividido em três partes. Porém, parecia perigoso sair dali com tanto ouro, sendo necessário arrumarem uma maneira segura de transportá-lo. Decidiram que Guanes, por ser o mais leve dentre eles, deveria pegar uma parte do ouro e ir à cidade de Retortilho comprar alforjes, vinho e comida para eles e para as éguas a fim de aguetarem a caminhada de volta.
            Guanes, então, assegura-se de levar consigo a sua chave e sai em cavalgada até a cidade para comprar os mantimentos e, no caminho sai cantarolando:
            Olé! Olé!
            Sale la cruz de la iglésia
            Vestida de negro luto...

            Enquanto aguardam o irmão mais novo voltar, Rui e Rostabal conversam entre si que Guanes não deveria estar com eles, pois havia se recusado mais cedo a fazer a caminhada, e que isso deveria ser má sorte para ele. Ambos chegam à conclusão de que Guanes também era egoísta, que jamais dividiria o tesouro com eles, por isso decidem matá-lo.
            Rostabal esconde-se aguardando a volta de Guanes, com a espada em punho, quando escuta Guanes se aproximando:
Olé! Olé!
Sale la cruz de la inglésia,
Vestida de negro luto...

            Rostabal desfere um golpe de espada abaixo do ventre do irmão, a pedido de Rui, que também não se esquece de pedir para Rostabal pegar a chave de Guanes.  Após o feito, Rostabal, ao lavar-se do sangue do irmão, é atacado no coração por Rui, com um golpe pelas costas.
            Possuindo agora as três chaves, Rui abre o cofre, olha as garrafas de vinho, as azeitonas e a carne assada que Guanes trouxera e, sentindo fome e ignorando o fato de que havia ali apenas duas garrafas do vinho, decide comer e beber. Deliciando-se com a comida, com o vinho e com o tesouro em suas mãos, Rui sente que algo o queima por dentro. Rui que até então era o mais safo entre eles, grita então pelos irmãos Guanes e Rostabal, e percebe que o que tomara era veneno e que a intenção do irmão mais novo era igual à dele: de matar os irmãos e ficar com o tesouro sozinho. Agonizando, Rui morre envenenado.
            A história conta que até hoje o tesouro encontra-se na mata de Roquelanes.

Sobre o autor
            Eça de Queirós (1845 – 1900) é considerado o mais importante ficcionista do Realismo em Portugal e um dos maiores em língua portuguesa. Exerceu influência não só sobre escritores portugueses, mas também sobre as literaturas brasileiras e espanholas.
            O objetivo do autor em seus escritos foi adequar sua visão de mundo, criando um estilo solto, livre e transparente, em uma linguagem expressiva, que, incorporado à língua corrente em Lisboa, também contribuiu para aumentar seu público.

O Realismo em Portugal
            Além de significar uma renovação da própria literatura, nas suas formas de expressão: temas, linguagem e visão de mundo, a escola literária representou uma tentativa de tirar todo o país da mentalidade romântico-cristã e levá-lo à “modernidade”, por meio de contato com as novas ideias filosóficas e científicas que circulavam a Europa.
            O Realismo teve início em 1865 com a questão Coimbrã. Nessa época, haviam cessado as lutas entre os liberais e as facções que representavam a monarquia deposta pela revolução de 1820, sendo consolidado o liberalismo. Porém, apesar das mudanças no cenário político e cultural, a literatura portuguesa ainda se encontrava impregnada de velhas ideias românticas e árcades, e o Realismo foi o “esvaziamento” dessas ideias.



O conto “O tesouro” e suas características no Realismo
            Eça de Queirós consegue, em poucas páginas, revelar o relacionamento humano, o caráter de egoísmo, ganância, inveja e cobiça: características marcantes do Realismo.   A cobiça seguida de traição é a característica marcante do conto que prende a atenção do leitor. Eça utiliza-se de simbologia, fina ironia, e prova que os meios de vida interferem e corrompem a mente humana. A exemplo disso, os irmãos Medranhos, que viviam em extrema miséria, têm suas mentes corrompidas diante de tantas dificuldades e ao se depararem com um tesouro que mudaria suas vidas, revelam-se egoístas. O autor mostra que, diante de situações conflitantes e atípicas ao indivíduo, seu verdadeiro e mais deprimente caráter é revelado. A ideia de “ou tudo ou nada” representada pelas atitudes dos personagens, trazendo-lhes um final trágico, remete ao bom leitor a uma ideia oposta, de “quem tudo quer, tudo perde”.




Simbologia
            O conto “O tesouro” é enriquecido com uma simbologia que passa para o leitor não-amador, aspectos do caráter psicológico da alma humana. Detalhes desses símbolos tornam o espaço na obra macabro e sombrio, subjetivando dois temas: fraternidade familiar versus ambição, na qual esta última revela o poder do egoísmo e suas consequências.

TRÊS
Durante a narrativa, realista em terceira pessoa, nota-se a presença marcante do número três, que, além de outros significados, refere-se na obra à representação de um inteiro. Como uma família, que é representada por pai, mãe e filho, numa respectiva hierarquia, os irmãos Medranhos possuem tal hierarquia. Simbolistas também utilizam o “três” em associação aos três reis magos, citados na bíblia, além de existir também, a representação católica da trindade. Temos isso em vários fragmentos, como no exemplo abaixo:
“Os três irmãos de Medranhos...”
“... a comprar três alforjes de couro, três maquias de cevada, três empadões de carne e três botelhas de vinho.”
“... três chaves nas suas três fechaduras...”

TELHA
Faz-se referência à ausência de vidraça e telha na casa dos irmãos no primeiro momento. No segundo, a telha é citada fazendo parte da imaginação de Rui. Segundo a simbologia, “telha” significa proteção, mas quando o ambiente é destelhado, as más influências corrompem o homem.
“... o vento da serra levara vidraça e telha, passavam eles tardes desse inverno...”
“... pensava em Medranhos coberto de telha nova, nas altas chamas da lareira por noites de neve...”

LAREIRA
A lareira, na simbologia, é o “centro de vida”, pois traz calor e luz ao lar. No conto, ela é descrita primeiramente como “lareira negra”, passando a ter significado oposto, e por uma segunda vez, é citada em uma das viagens psicológicas de Rui, ao imaginar-se rico. Temos isso nos respectivos fragmentos:
“... diante da vasta lareira negra, onde desde então não estalava lume, nem fervia panela de ferro...”
“... pensava em Medranhos coberto de telha nova, nas altas chamas da lareira por noites de neve...”







ÁGUA
Em muitos trechos, a água é citada. Tanto em forma de “fio de água”, como “fonte”, que lavava o morto. A simbologia da água é riquíssima, mas representa principalmente a “vida”, e a “purificação” tanto em seu nascimento (fonte) como em seu estado inerte (tanque). Temos tais referências nos fragmentos:
“Rostabal caiu sobre o tanque, sem um gemido, com a face na água, os longos cabelos flutuando na água.”
“... entre uivos, procurava o fio de água, que recebia pelos olhos, pelos cabelos.”
“A fonte, cantando, lavava o outro morto.”

VINHO
O vinho, segundo a simbologia, representa sangue. Sangue este, derramado por todos os personagens do conto.

CORVO
A figura do corvo aparece no conto por mais de uma vez. Segundo a simbologia, o corvo representa mau agouro, é a ave negra dos românticos.
“Um bando de corvos passou sobre eles, grasnando”

PLUMA
A pluma é representada na simbologia um canal que faz com que as orações subam até o céu. No conto, ela aparece por duas vezes, sendo que, na última, aparece quebrada, cortando a possibilidade de dessa comunicação. Após o assassinato de Guanes, a pluma de Rostabal é citada como quebrada e torta.
“Rostabal, adiante, fugindo com a pluma do sombrero quebrada e torta...”

RUIVO
Rui, personagem mais ativo desde o começo até o fim do conto, é um homem ruivo. Desde as iniciais de seu nome, até suas atitudes, mostram que a simbologia do ruivo é muito importante na obra. Segundo a simbologia, o ruivo representa fogo impuro. Segundo alguns estudiosos, Judas Escariotes, personagem bíblico que trai Jesus, era ruivo.
“Então Rui, que era gordo e ruivo...”

OURO
Embora a simbologia do ouro seja repleta de significados, na obra, aplica-se bem a seguinte significação: O ouro moeda (tesouro) é de perversão e exaltação impura dos desejos.
“E dentro, até as bordas, estava cheio de dobrões de ouro!”






MÚSICA FÚNEBRE
A música cantada por Guanes em sua partida e em sua chegada representa luto, e preconizava má intenção:

Olé! Olé!
Sale la cruz de la iglesia,
Vestida de negro luto . . .



Conclusão
            O escritor realista expôs, de forma brilhante, a fraqueza de espírito existente nos personagens e mostrou até que ponto o poder corrompedor que a vida, a sociedade e os meios podem exercer sobre o caráter humano que é refletido em suas atitudes. É um conto realista de leitura obrigatória.



Bibliografia:


            Dicionário de Símbolos - Jean Chevalier/Alain Gheerbrant
            Mitos, sonhos, costumes, gestos, formas, figuras, cores, números.
            Ed. Robert Laffont S.A. e Ed. Jupiter, 1982
            Direitos adquiridos para a língua portuguesa, no Brasil, pela
            LIVRARIA JOSÉ OLYMPIO EDITORA S.A. - 10ª edição

            Panorama da Literatura Portuguesa
            CEREJA, Willian Roberto
            Magalhães, Thereza Conchar
            Editora Atual, 1997


Por Mônica Lima Falsarella

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Divulgação

Próximo Encontro da Academia Popular de Letras

Dia 28 de maio (sábado) 10h

- Declamações, Leitura de Crônicas e Contos  (inscrições na entrada).
Antologia Poética : Confirmar participações
Virada Cultural : Votação sobre participação

Ponto de encontro dos escritores das 7 cidades, a Biblioteca dá continuidade as suas atividades educacionais de ação e animação cultural, com um evento repleto de novidades, com autores talentosos, obras diversificadas, interessantes, necessárias e atuais.


- Lançamentos de Livros:


“Torne suas aulas de português um momento agradável”
do professor e escritor Sérgio Simka.

Este livro contém sugestões e reflexões que tornarão as aulas de Português um momento mais agradável porque, além de abordar assuntos importantes, desenvolvendo criatividade, autoestima, estratégias de produção textual ancoradas na Pedagogia do Encantamento, se destina ao professor que considera o aluno, não como um mero registro escolar falante, mas como um ser humano que merece, antes de quaisquer teorias de cunho pedagógico, linguístico, psicológico, sociológico etc., o nosso respeito e admiração.  


  

“Coisas do Povo do Santo” do Prof. Dr. Sidnei Barreto Nogueira, coordenador do curso de Letras da Faculdade Anhanguera de São Caetano do Sul.
Este livro, como o próprio título anuncia, trata das “coisas do Povo do Santo”, expressão comum entre os adeptos das comunidades-terreiro de Candomblé no Brasil. Cantos, danças, trajes rituais, comidas, divindades e uma série de outros elementos de origem Yorubá são revelados ao leitor, iniciado ou não, por meio de uma linguagem acessível e capaz de conduzir o interessado a uma roda de conversa própria das sociedades de tradição oral.

  
“Reminiscências” da pedagoga, escritora e jornalista, Marina Rolim que na sua coletânea poética fala de solidão, frustações, decepções amorosas, de dúvidas comuns ao ser humano, do cotidiano, das lutas e de seus anseios de amor. 



Os Poetas e as Poetisas, Mírian Warttusch, J.Udine, Ivan Ferretti Machado, Dáguima Verônica, Maria Valéria Revoredo, Jacó Filho e Camélia La Blanca com muita alegria lançam "EuAcredito Em Palhaço". Os poemas de cada um desses escritores são uma singela homenagem a aqueles que têm a missão de levar a alegria e a felicidade aos corações de todas as pessoas do mundo.


Dia 28 de maio de 2011 – sábado  - 10h
Local: Biblioteca Municipal Paul Harris
Av. Dr. Augusto de Toledo, 255 esquina com a Av. Goiás
Bairro Santa Paula – São Caetano do Sul – SP
4229-0245   4229-9332    4229-1214

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Macbeth - Shakespeare - Resumo da obra

Conteúdo apresentado através de seminário de Literatura Inglesa











Resumo
            Macbeth e seu amigo Banquo eram generais do exército da Escócia. Enquanto cavalgavam, ouviram vozes. Tratava-se de três bruxas que profetizaram que Macbeth ganharia o cargo General de Cawdor – o de mais alta confiança do Rei, e posteriormente, seria coroado Rei da Escócia.
            Somente poderia tornar-se rei os filhos ou, na ausência destes, o general de Cawdor. Tendo isso em vista, Macbeth sabia que para essa profecia tornar-se realidade, seria necessário atravessar a hierarquia de algumas pessoas, mas principalmente do filho do Rei, o jovem Malcom. Além disso, seu amigo Banquo, que já o avisara que essa ambição traria a ele muitas consequências, era a principal testemunha profecia das bruxas e desconfiaria de qualquer atitude de Macbeth.
            Após vencerem uma batalha contra a Noruega, os generais foram procurados por mensageiros de Duncan, naquele momento, Rei da Escócia, que informam a eles que o Rei quer parabenizar Macbeth pela vitória contra a Noruega e que irá torná-lo general de Cawdor.
            Com a primeira parte da profecia já realizada, Macbeth acredita mais ainda nas bruxas de que logo seria coroado Rei. Resolve então contar os ocorridos para sua esposa, que exercia forte influência sobre ele e decidem cometer uma série de assassinatos, começando pelo amigo Banquo. 
            A sua esposa então, começa a tramar a morte do Rei Duncan para logo tornar-se rainha. Organiza uma festa em sua casa com o pretexto de que todos assistissem à morte de um traidor do Rei. A festa acontece e o homem é enforcado. Quando todos os hóspedes vão dormir, a esposa de Macbeth dá orientações a seu esposo de como tudo deveria ser feito. Começa então servindo vinho aos camareiros que fazem a guarda do Rei, e isso os faz dormir mais profundamente. A caminho do quarto onde o Rei dormia, Macbeth começa a ter visões de um punhal, o que estranha. Ele então entra no quarto e mata o Rei com o punhal. Logo em seguida, Macbeth começa a ter outras visões, a ouvir vozes, mas logo acha que tudo aquilo era só imaginação. Sua esposa coloca o punhal usado nas mãos de um dos camareiros com o objetivo de incriminá-los. Ao amanhecer, os mensageiros do Rei chegam para acordá-lo e deparam-se com o Rei morto. Aos gritos, todos acordam e Macbeth, encenando desespero, mata os camareiros do Rei na frente de todos, dizendo que aqueles eram os perigosos assassinos.
            O filho do Rei, Malcom e seu companheiro, o nobre Macduff, fogem para a Inglaterra, com medo de serem incriminados pelo assassinato.
            Macbeth que já era general de Cawdor, e na ausência de filhos do Rei, é então coroado Rei da Escócia. Porém, já na festa de seu reinado, o fantasma do Rei Duncan e de Banquo aparecem para ele. Sua esposa, agora chamada de Lady Macbeth, que antes poderia ser condiderada uma mulher tímida, recatada e de bem, após revelar sua ganância, egoísmo e poder de persuadir o esposo, também passa a ter delírios e crises de sonambulismo.  Em uma dessas crises, Lady Macbeth, inconscientemente revela ao médico e à sua camareira que a observavam, que tem culpa nos assassinatos. Faz repetidamente o gesto de lavar as imaginárias manchas de sangue das mãos e isso também a denuncia. Posteriormente, Lady Macbeth comete suicídio.
            Macbeth, ignora a morte da esposa, argumentando que ela teria que morrer "em uma melhor hora." Cansado de ter visões, Macbeth vai consultar novamente as bruxas. Numa segunda profecia, as bruxas dizem que ele só seria derrotado se um “bosque chegasse ao castelo”, e que ele não precisaria preocupar-se, pois “nenhum homem nascido de mulher” poderia matá-lo, porém avisa-o para tomar cuidado com Macduff, o nobre que fugiu com Malcom, filho do Rei.
           Ambas as profecias pareciam impossíveis: que um bosque chegasse ao castelo e que existisse de um homem que não houvesse nascido de mulher, assim, Macbeth sentia-se seguro mas, por precaução , manda matar a esposa e todos os filhos de Macduff. 
            Mensageiros procuram Macduff na Inglaterra, e quando contam a ele a tragédia com sua família, Macduff decide voltar para a Escócia, mas para guerrear contra Macbeth.
               Com a ajuda de 10.000 homens do exército inglês, aproximam-se então do castelo. Os soldados ingleses, para se camuflarem, seguravam troncos e ramos de árvores e isso, sendo visto de longe, parecia um bosque ou uma montanha em movimento, cumprindo-se então a primeira parte da segunda profecia das bruxas.
            Começa então a guerra entre os exércitos e o duelo entre Macbeth e Macduff. Durante a luta, Macbeth diz ao oponente que está seguro porque nenhum homem nascido de mulher poderia matá-lo, mas Macduff revela a ele que não nasceu, e sim, foi tirado prematuramente do ventre da mãe por cesariana. Macduff então mata Macbeth e tira-lhe a cabeça. Assim, em grande festa, Malcom, filho do Rei Duncan é então coroado e consagrado Rei da Escócia.



Resumo da obra elaborado por Mônica Lima Falsarella